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Maquete da Biblioteca Municipal. O edifício é alto, amplo e dispõe de uma grande abertura retangular no centro, com duas janelas altas nas laterais. Há duas pessoas adultas usando roupas sociais na escadaria da entrada. A fachada possui colunas cilíndricas com ornamentos em espiral. As janelas são arqueadas e possuem pequenas colunas decorativas nas laterais. No pavimento superior, há uma torre central e um guarda-corpo ornamentado nas extremidades do terraço. A torre retangular dispõe de portas arqueadas e colunas cilíndricas decorativas nas extremidades. No topo, além de uma platibanda ornamentada com elementos ogivais, há um cúpula com um elemento pontiagudo no centro.

Biblioteca Municipal

O espaço do Parque Halfeld, considerado por muitos o coração da cidade de Juiz de Fora, foi inicialmente denominado como Largo Municipal. No local, eram exibidos circos, touradas e cavalhadas. Em 1890, passou por um processo de jardinagem elaborado por Miguel Antônio Lallemant, inspirado nos jardins ingleses. Ao final do século XIX, pouco tempo depois de ter se tornado um logradouro público, encontrava-se em total situação de abandono. Em 1901, o Coronel Francisco Mariano Halfeld planejou uma nova intervenção no local. O projeto e as obras ficaram sob responsabilidade da Pantaleone Arcuri & Spinelli e, conforme o contrato, uma das ações da firma seria a realização de um pavilhão central. A construção do edifício, feita pela diretoria de Obras Municipais, inicialmente tinha como objetivo funcionar como um espaço recreativo com salões para jogos, camarins, tiro ao alvo entre outras dependências. O edifício, eclético com influências neomouriscas, descrito no Diário Mercantil de 1990 como “pavilhão indiano", abrigou a Biblioteca Municipal. Posteriormente, na década de 30, também recebeu a Rádio Sociedade de Juiz de Fora com o prefixo PRB-3. Estima-se que a edificação tenha sido demolida na década de 60.

Conhece mais um pouco sobre a história deste edifício? Contribua e deixe seu comentário no post oficial desta maquete:

Patrocínio e Apoio

A exposição Cidade Oculta é Financiada com recursos da Lei de Incentivo a Cultura Murilo Mendes, administrada pela FUNALFA e mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora. 

Enriquecendo ainda mais este trabalho, outras 10 instituições privadas apoiaram a exposição. Cada uma delas está vinculada ao apoio de execução e pesquisa de um edifício específico. 

A UP Inovação empresarial apoia o resgate da memória da Biblioteca Municipal. É uma empresa focada no desenvolvimento de negócio e treinamento de pessoas para entrega de experiência. Potencialize sua marca, seu time e resultados. Dê um UP!

Fragmentos Narrativos

Transcrição  das páginas 60, 61, 62 do livro Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Rafael Arcuri de Marcos Olender, 2011.

 

Em 1900, Pedro Timponi saía da sociedade que tornava-se Pantaleone Arcuri & Spinelli. Esta nova fase começava com a realização de uma  das empreitadas mais conhecidas da firma: a construção do Jardim (e hoje Parque) Halfeld.

Inicialmente um largo onde aconteciam os circos e touradas que vinham à cidade , transformado em jardim municipal desde de a década de oitenta do século XIX, área existente em frente à Câmara Municipal encontrava-se, segundo relatos de fim daquele século, em estado de completo abandono, até que o Coronel Francisco Mariano Halfeld , filho do engenheiro alemão que havia projetado o traçado das ruas do centro da cidade, resolveu por suas próprias custas, reformular a mesma.

A firma de Pantaleone Arcuri & Spinelli ganhou a concorrência tanto tanto para a elaboração do projeto, que seria feito pelo seu técnico Salvatore Notarroberto, quanto para a realização das obras. Constituiriam-se estas, segundo contrato estabelecido, de:

 

“[...] levantamento de canteiros, abertura de ruas, fechamento de outras, um pavilhão central, uma casa para o guarda do Jardim, reprezas, lagoas, pontes e casas rusticas, reforma do gradil e demais embellezamentos.”  

(OLENDER, 2011, p.60)

 

O Jardim assumiu o nome do seu criador e transformou-se na grande atração da cidade, cantando em verso e prosa por escritores como Austen Amaro, que ressaltava o seu  ‘cosmopolitismo vegetal’ e seus 'recantos miniaturando maquines de cimento’, e Pedro Nova que afirmava, em suas memórias, ser o Parque “a única realmente bonita em Juiz de Fora, e o descrevia assim:

 

‘[...] O Parque Halfeld das minhas gazetas. cheio de irerês e do grito das araras cujas cores lembravam a das flores; cheio da sombra verde das magnólias e das sapucaias, do sussurro das casuarinas e dos bambus, do murmúrio das águas da fonte central e a das que caíam, como cortina de contas de vidro, da pedras rústicas encimadas pela Cabana.  [...] O jardim tinha a mesma graça tropical da Quinta de Boa Vista, do Passeio Público e do Campo de Santana'

(OLENDER, 2011, p.61)

 

Desde a implantação do primeiro projeto, do arquiteto alemão Miguel Antônio Lallemant, de 1880, o Jardim era cercado por gradis e adotava o “estilo inglês”. Inseria-se assim, como pode-se perceber nas próprias comparações feitas por Nava, em um movimento característico das últimas décadas do século XIX e início do século XX, de instalações de jardins municipais como o projeto do Campo de Santana, ou as reformas no Passeio Público (1864) e na Quinta da Boa Vista (1869), no Rio de Janeiro, todas as três realizadas pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, coordenador da Diretoria de Parques e Jardins da Casa Imperial. Estes jardins municipais, segundo Rubens de Andrade, “estavam inscritos a uma ideologia política que evocava, entre outras coisas, os particularismos da doutrina positivista e buscavam incessantemente consubstanciar naquela paisagem os ideias voltados aos discursos de salubridade , do higienismo e do embelezamento urbano.

Com a inauguração do Jardim Cel. Francisco Mariano Halfeld, em 05 de outubro de 1902, Pantaleone , imigrante italiano  que havia  chegado à Juiz de Fora cerca de uma década e meia antes como simples pedreiro, consolidava-se como personagem fundamental da construção física e simbólica da cidade, entregando a ela aquele que viria a ser ,literalmente, seu mais famoso ‘cartão-postal’.

 (OLENDER, 2011, p.62)

 

O tombamento e a história do Parque

 

      Transcrição do Diário Mercantil 07/01/1990 presente no memorial de tombamento do Parque Halfeld- Acervo DMPAC/PJF

 

O Parque Halfeld está agora protegido e será conservado com suas atuais características. Denominado inicialmente' como Largo Municipal, o local servia para pessoas “armarem circos de cavalinhos, touradas e cavalhadas’. Em outubro de 1879 houve uma reiteração feita pela Câmara Municipal através da indicação do senhor Marcelino Tostes para que o Largo fosse ajardinado pelo sistema inglês de relva e árvore. Um ano depois, 1880, a Cãmara encarregou o arquiteto Miguel Antônio Lallemind de elaborar a planta o ajardinamento da praça e neste ano o Parque Halfeld se tornou o primeiro logradouro público criado.

Em 1901 Francisco Mariano Halfeld fez uma remodelação no Jardim Municipal. A firma Pantaleoni Arcuri e Spinelli ficou encarregada de fazer o levantamento de canteiros, abertura de ruas, fechamento de outras, um pavilhão central, uma casa para o guarda do jardim, repuxos, lagos, pontes e casas rústicas, reformas do gradil e demais embelezamentos. De acordo com a resolução 472, de 31 de julho deste ano, o nome antigo Largo passou a denominar-se Praça Coronel Halfeld.

A construção de um pavilhão indiano no Jardim Municipal foi feita pela diretoria de Obras Municipais através um um pedido à Câmara, onde pudessem funcionar salões para jogos, palco, stand para tiro ao alvo, camarins, lugares para o público, etc. Mas de acordo com o parecer do vereador Augusto Pena, transcrito em ata da Câmara Municipal de 9 de janeiro de 1896, onde a Comissão de Obras “é de opinião que a mesma proposta seja rejeitada por atentória à moral pública (...). Além disso, tal proposta iria sonegar ao público grande parte da área do Jardim Municipal, uma vez que a construção deste pavilhão ocuparia toda a extensão do Parque Halfeld.’’

Existiam no Parque Halfeld dois pavilhões. Um mencionado no Álbum de Juiz de Fora, por Alberto Esteves. o Outro projetado por Rafael Arcuri, em estilo Art Deco. Em ambos funcionou a Biblioteca Municipal. Até esta etapa da pesquisa não foi encontrada nenhuma qualquer referência sobre a época da construção e demolição destes pavilhões.

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Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Rita de Cássia Mesquita de. Palimpsestos Urbanos: aprendizagens históricas em tramas de memórias da cidade. 2011. 134 f. Dissertação (Mestrado) -  Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2669/1/ritadecassiamesquitadealmeida.pdf

 

MUSSE, Christina Ferraz. A imprensa e a memória do lugar: Juiz de Fora (1870/1940).  Anais do XII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sudeste-  Juiz de Fora - MG, 2007. Disponível em: http://intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2007/resumos/R0083-1.pdf


OLENDER, Marcos. Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Rafael Arcuri. Juiz de Fora: Editora Ufjf, 2011. 312 p.

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